Fora do Quinto #5: Operadores bloqueiam acesso a sites de partilha de séries e filmes

O Quinto Canal tem uma nova rubrica, dedicado exclusivamente à sua opinião, mas não só! O Fora do Quinto terá como objetivo dar asas à sua imaginação e dar-lhe espaço para comentar um assunto do momento, um tema da atualidade… o que quiser.

Seja através do anonimato ou em nome próprio, o Fora do Quinto estará aqui todas as sextas para dar a conhecer a opinião dos nossos leitores, mas também a dos nossos colaboradores, com imparcialidade e sem medo, de forma direta e sem rodeios. Hoje o nosso espaço de opinião dá destaque ao bloqueio dos sites que exibem séries e filmes, levado a cabo no final da semana passada:

A IGAC (Inspeção Geral das Atividades Culturais) já tinha declarado guerra aos sites que fornecem, por meios ilegais, séries e filmes online. O acordo com os operadores de telecomunicações assinado no ano anterior começou agora a dar frutos. A pergunta que fica no ar é: será tudo coincidência?

A notícia de que 51 sites piratas serão bloqueados pela NOS, MEO, Vodafone e Cabovisão surgiu de forma repentina e veio criar uma onda de protesto por parte de quem recorre a estes sites frequentemente. O que muita gente não está ciente é de que isto não é de todo assim tão repentino. Esta medida foi pensada no ano passado, aquando da assinatura de um acordo entre a IGAC, representantes de operadores de telecomunicações, indústria do cinema, e associações de combate à pirataria. O Movimento Cívico Antipirataria na Internet (MAPINET) assumiu desde logo a tarefa de selecionar os sites que deveriam ser bloqueados, de acordo com as especificações técnicas que identificavam esses sites como piratas (distribuir mais de 500 ficheiros ou links piratas ou conter repositórios com mais de dois terços de ficheiros ou links de cópias ilegais). Após MAPINET elaborar a lista de sites potencialmente piratas, cabe ao IGAC investigá-los e posteriormente notificar os operadores de telecomunicações. Foi exatamente isto que aconteceu no final da semana passada e cada operador tem desde então 15 dias para proceder ao bloqueio total desses sites.

A coincidência é que este primeiro bloqueio aconteceu precisamente na semana em que o Netflix chega ao nosso país. Pessoalmente, não creio que estes dois acontecimentos estejam relacionados mas é a ideia que está a ficar na cabeça de muitos fãs de cinema e séries. Contudo, não estão cientes que este bloqueio não é apenas para esse tipo de conteúdo, uma vez que visa também impossibilitar o acesso a vídeos, jogos, revistas e música piratas. Dizer que não conseguem aceder a tal site porque o Netflix chegou a Portugal não faz de todo qualquer sentido. Não tenho dúvida que possa ter existido uma certa pressão para que o processo de bloqueio fosse apressado, mas relacionar os dois acontecimentos não faz sentido. Até porque o Netflix não oferece sequer 1/4 do que se pode encontrar na internet.

Vários administradores desses sites piratas já aconselharam os seus utilizadores a utilizar outros métodos para aceder aos conteúdos pretendidos. Numa altura em que a época de séries está em alta nos EUA, é normal que queiram manter a oferta sabendo bem do nível intenso da procura. Desta forma, eles estão a contra-atacar a IGAC e a mostrar que têm também algo a dizer. A verdadeira questão é até quando irá esta guerra contra a pirataria durar e quem sairá mais lesado.

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Envie-nos o seu texto para o e-mail geral@quinto-canal.com e veja o seu texto publicado no nosso site, com os devidos créditos.

Até para a semana.

Inês Calhias

Licenciada em Ciências da Comunicação pela Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve, desde cedo adquiri um enorme interesse por séries. Tento ver um pouco de tudo e apresentar aqui no Quinto Canal o que se passa no panorama televisivo.

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