É de novo sexta-feira e mais uma vez continuam as inevitáveis comparações face à televisão brasileira e nacional. Praticamente preenchidas pelos mesmos tipos de conteúdos existem pequenas coisas que distinguem ambas as ofertas televisivas. Se de um lado temos programas matinais, jornalísticos, talk-shows e novelas, do outro temos precisamente a mesma coisa mas com ligeiras alterações que fazem toda a diferença.

Essas alterações de que falo estão a acontecer nas novelas, uma forte aposta das estações tanto de lá como de cá.

Ora, enquanto que no Brasil a típica fórmula da novela começa a ficar desgastada, por cá é claro que tal já acontece há algum tempo. Com produções bastante longas, que chegam a durar mais de um ano em grelha e quase sempre com os mesmos rostos nas produções o desgaste é algo natural.

Sentindo tal desgaste da fórmula, as estações brasileiras apostam agora nas mini-séries. Com cerca de 70 episódios máximos, as tramas tornam-se mais ágeis, com temáticas diferentes e principalmente, dão oportunidade a rostos ausentes do ecrã para regressarem.

Juliana Paes dá vida a Gabriela, papel que já foi de Sónia Braga

É certo que por cá tal medida ainda não foi experimentada devido aos custos que acarreta uma produção do tipo, no entanto, para além de ser uma novidade para o telespectador, que poderia acompanhar várias tramas ao longo do ano, o formato mini-série poderia vir a dar destaque a novos autores, atores e tantos outros profissionais especializados na arte de fazer ficção nacional.

A título de exemplo, a Globo apostou na mini-série O Astro, Gabriela e pretende fazer para o ano Dona Flor e Seus Dois Maridos. Já a Record fez A História de Ester, Sansão e Dalila, Rei Davi e encontra-se a preparar mais uma trama inspirada em José, rei do Egipto.

Com isto não digo que as estações nacionais deixem de apostar nas novelas, nada disso, mas antes que repensem a fórmula e que a façam durar durante mais alguns anos. Afinal com a consecutiva sucessão de novelas e por vezes com os mesmos atores em várias tramas o telespectador chega a uma altura em que já não sabe o que esta a ver. Para além disso, o diminuto leque de autores não permite a que exista, de trama para trama, um rasgo na criatividade e ousadia da história.

Anselmo Oliveira

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