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É comum no Brasil as estações preservarem ao máximo os seus atores e fazerem com que depois de um papel de elevado sucesso descansem a sua imagem. Foi isso que aconteceu várias vezes com actrizes como Malu Mader, Glória Pires ou Cláudia Abreu. Esta última, por exemplo, antes de aceitar o papel de Chayene em Cheias de Charme, esteve ausente do pequeno ecrã durante cerca de quatro anos, e apesar dos vários trabalhos que fez depois da novela Celebridade ainda hoje é lembrada pela maquiavélica vilã.

Por cá, ao contrário do que acontece no Brasil, quando um ator consegue ter um grande destaque numa novela, por norma, aparece logo num novo projecto, aproveitando assim parte do êxito que vem a fazer e transpondo-o para o novo personagem.

Foi o que aconteceu com Joana Santos, na SIC, que depois de protagonizar Laços de Sangue foi chamada para protagonizar Dancin’Days bem como com Alexandra Lencastre, que depois de dar vida ao papel principal de Anjo Meu foi escolhida para desempenhar as sósias Sílvia e Laura na novela Destinos Cruzados, da TVI.

Alexandra LencastreAlexandra Lencastre é uma das atrizes mais requisitadas na TVI. Em nove projetos em que entrou, protagonizou sete deles

No entanto, mais flagrante ainda é o fato da atriz da estação de Queluz, que está atualmente presente em quatro produções do canal, sendo em três delas como protagonista. Isto, para além de saturar o telespectador da imagem da atriz, leva a comparações de trabalhos, já que muitos dos papéis são semelhantes e da responsabilidade do mesmo autor.

Muito ao contrário do que sucede no Brasil, em Portugal alguns dos atores são contratados para desempenharem papéis parecidos a outros já feitos, uma vez que são garantia de sucesso. Isto leva a que quem vê acaba sempre por achar que está a ver a mesma coisa, não existindo um rasgo de inovação ou criatividade de novela para novela. Na Globo, isso raramente acontece e até é norma do canal apostar em novelas de temáticas diferentes para os seus horários para que se evitem núcleos parecidos ou papéis mais ou menos cativantes. Assim existe uma certa cordialidade entre tramas e cada uma tem o seu espaço para brilhar.

Anselmo Oliveira

1 Comment

  • Concordo com o que foi escrito. Nem me tinha apercebido que a AL está em 4 produções. Faltava-me contabilizar a repetição da série Equador. Realmente, cá em Portugal não se tem cuidado com a sobrexposição dos actores. A AL não é caso único. A Mariana Monteiro e a Jessica Athaíde são dois exemplos de ‘actrizes’ que entram em produções umas seguindo-se às outras. A Maria João Bastos também está actualmente em 3 produções em exibição na TVI. Mas se na Globo dificilmente se verifica a repetição dos seus actores em produções seguidas (o último caso mais flagrante é a reexibição d’O Profeta, na qual a protagonista será tb protagonista da próxima novela das 9), nos outros canais não se verifica o mesmo. Bárbara Paz foi utilizada até à exaustão no SBT e actrizes como Bianca Rinaldi e Renata Dominguez são-no na Record.

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