After Hours – Especial: A arte do Vjing (Parte II) | Entrevista a VJ Draft

Depois de termos apresentado um pouco melhor o que era o vjing na primeira parte deste artigo especial do After Hours, chegou a hora de conhecer quem esta arte pratica e quem está sempre “do outro lado” a mostrar os melhores efeitos visuais. O VJ Draft é o nosso convidado nesta entrevista exclusiva.

Embora o seu nome possa ainda ser desconhecido da grande maioria do público, acredite que de certeza já viu o seu trabalho exposto em alguma festa ou evento. Além de ser o VJ oficial do conhecido Kura, foi também VJ da mais recente edição do Rock in Rio Lisboa na área eletrónica, além de ser atualmente residente na famosa discoteca Seven Vilamoura. Já dá cartas no mundo do vjing há vários anos contando por isso com um vasto currículo, e por isso chegou a hora de dar a conhecer um pouco mais aos nossos leitores sobre a vida profissional do VJ Draft.

          Leia também: After Hours – Especial: A arte do Vjing – Parte I

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A importância de tornar cada espetáculo único, de transmitir sensações foi e continua a ser meu primeiro objetivo.
Para quem não conhece, o que é o Vjing?

Vjing pode ser descrita como uma performance visual que é desenvolvida no formato de vídeo, projetando loops, animações em live e tempo real.

Como surgiu o gosto por esta área?

Esta paixão pelo VJ começou pelo impulso de um grande amigo, Luís Santos. Na altura, organizamos uma festa na escola secundária em Tavira, de onde sou natural. Contratámos um VJ para a festa e foi aí que surgiu uma curiosidade que me acompanha até aos dias de hoje. Dava-se então um grande boom na área de DJ’s, pelo que eu resolvi enveredar pela área complementar – VJ. Um mercado ainda por explorar e até hoje em crescendo. Apesar de ter vindo a ganhar cada vez mais importância, acaba por ser um trabalho oculto para o público em geral. A importância de tornar cada espetáculo único, de transmitir sensações foi e continua a ser o meu primeiro objetivo.

O trabalho do VJ é tão ou mais importante do que o trabalho do DJ, ambos são capazes de transmitir as mesmas emoções de forma distinta (…)
Torna-se difícil conciliar o trabalho de ser VJ com o trabalho apresentado pelos DJ’s?

Como já referi, o VJing é uma arte para muitos desconhecida, e até por vezes mal interpretada. Pessoalmente, considero que o VJ deve ter uma visão muito própria, manter um estudo visual e musical acima da média. É muito importante para um VJ estar sempre atualizado a nível visual e musical para a sua adaptação a cada espetáculo. É fulcral não só para o enriquecimento do evento mas mesmo dos próprios artistas. O trabalho do VJ é tão ou mais importante do que o trabalho do DJ, ambos são capazes de transmitir as mesmas emoções de forma distinta, o valor dos visuais é para muitos o cartão-de-visita. É comum sermos confundidos com os colegas Light Jockeys ou até mesmo partirem do princípio que “passamos apresentações powerpoint” num painel de LED’s. Apesar de ser ainda um trabalho incompreendido, pressupõe um trabalho de casa minucioso e profundo. Há efetivamente uma preocupação constante em tornar os eventos maiores e mais especiais, seja de que natureza for. Mesmo uma receita keep it simple pode levar uma semana a ser desenvolvida ou até um mês, depende da sua complexidade. Sou apologista de que os objetivos dos projetos devem ser facilmente transmitidos, de forma a descomplicar e contribuir para que a qualidade desejada esta assegurada.

VJ Draft | Foto © Guilherme Marques
VJ Draft | Foto © Guilherme Marques
Qual foi o momento mais gratificante na sua carreira de VJ até ao momento? E o mais caricato?

Há sempre aquele momento em que voltar às origens te marca de uma forma diferente. Mas relembro sempre com carinho o momento em que recebi o convite para ser VJ oficial do DJ nº1 do top nacional, o Kura, ter o privilégio de o poder acompanhar aos melhores palcos nacionais e tornar o seu espetáculo mais rico.

O mais caricato foi numa festa em Lisboa. Houve um rapaz que se aproximou de mim e disse: “BRUTAL..! QUE JOGO ESTAS A JOGAR ?” As histórias marcam sempre o nosso percurso, algumas mais positivas do que outras mas assim se faz o caminho. Na conquista pelo que mais se gosta de fazer.

A aprendizagem que fazemos diariamente e a disposição para ouvir os outros é algo que nos torna únicos (…)
Para os que querem seguir este mundo do Vjing, tem algum conselho em especial que gostasse de partilhar?

Para quem está a iniciar-se neste percurso de VJ, seja como hobbie ou profissionalmente, o maior conselho que posso dar é que respeitem o trabalho que fazem, sejam unidos. Estes princípios são a base para o reconhecimento e valorização do nosso trabalho, seja em Portugal ou além fronteiras. Para os mais curiosos, deixo ainda a informação de que a World Academy – Escola de Artes e Comunicação me convidou para lecionar um Workshop de iniciação ao VJ / Produção. A produção é uma outra área na qual tenho trabalhado, tanto no meio audiovisual como em eventos e dá-me uma grande noção de tudo o que envolve um espetáculo, seja de que natureza for. Será uma ótima oportunidade para trocar ideias e experiências e aprender – sempre. A aprendizagem que fazemos diariamente e a disposição para ouvir os outros é algo que nos torna únicos e que nos dá uma riqueza insubstituível.

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PODE ACOMPANHAR O TRABALHO DO VJ DRAFT EM:
www.vimeo.com/vjdraft
www.vjdraft.com
www.facebook.com/vjdraftoficial

André Kanas

http://www.facebook.com/andrekanas

Diretor, Redator e Gestor de conteúdos das redes sociais do QC | Responsável pelas coberturas musicais e televisivas do QC | Integrou o QC em 2013, dado o seu gosto pelo mundo televisivo e não só, sendo que já navega e escreve no universo de blogues e sites de entretenimento desde 2007.

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