2012: A Televisão em Revista – A saída de Maria Elisa da RTP (abril)

2012 a televisão em revista

Abril de 2012. A TVI preparava a estreia de Louco Amor em pleno horário nobre. A história da autoria de Tozé Martinho era anunciada com pompa e circunstância enquanto «A Novela do Ano.» Passados vários meses, a verdade é que os números se alteraram desde o primeiro episódio, assim como os apresentadores de Curto Circuito. Afinal, João Arroja foi afastado do programa da SIC Radical por, supostamente, já não se adequar à imagem do mesmo. Por outro lado, Júlio Magalhães cessou a sua colaboração com a TVI, transformando-se mais tarde no diretor geral do Porto Canal.

Na RTP1, Catarina Furtado estreou Com Amor Se Paga e Maria Elisa terminou o seu contrato com o canal.

Passados vários anos a jornalista colocou um ponto final com a estação pública protagonizando assim o mês de que este «2012: A Televisão em Revista» trata!

Seja bem vindo a mais uma análise ao que de mais relevante marcou o ano televisivo nacional!

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Foi no final do ano passado que os meios de comunicação avançaram a saída de Maria Elisa da estação pública. Depois de uma vida profissional dedicada à RTP a jornalista não aguentou o facto de estar a receber um ordenado sem trabalhar. Assim sendo, acabou por ser uma das pessoas que disse sim ao Plano de Rescisões Voluntárias do canal. Ao lado de Vasco Matos Trigo a também apresentadora cansou-se de esperar por novos projetos e preferiu dar um novo rumo à sua carreira.

Em abril de 2012 o contrato com a estação pública terminou e Maria Elisa preferiu colocar um ponto final a uma situação que já tinha acontecido mais do que uma vez. «A decisão foi minha, mas estava sem trabalho e isso é a coisa que menos tolero, mesmo que me paguem. Não consigo. Sinto-me inútil», confessou a revista Lux na altura.

Magoada com a situação, Maria Elisa admitiu inclusivamente que um dia iria contar todos os pormenores de uma relação profissional que não correu bem. Ao que parece, a forma como foi tratada na estação do Estado não foi, de facto, a ideal. Depois de ter estado envolvida na política (assumiu o cargo de assessora de Sousa Gomes, da primeira-ministra Lurdes Pintassilgo e ainda de Freitas do Amaral, e ainda tentou a sua sorte enquanto candidata do PSD), a jornalista sentiu na pele uma espécie de descriminação. «Houve um episódio, em que não esteve envolvido nenhum dos atuais diretores de informação ou de programas. Um episódio que considero da maior gravidade, e que, para mim, foi a gota de água. Foi ainda no tempo do Governo anterior. Um episódio que prova que não eram os interesses diretos da RTP que estavam a servir de critério às decisões que eram tomadas. Eram critérios políticos, impostos de fora… E sendo assim, o que é que eu posso fazer quanto a isso?», disse à Nova Gente.

Maria Elisa RTP

A verdade é que passados tantos anos de trabalho dedicados à estação pública, Maria Elisa despediu-se daqueles que a viram crescer. Conduziu formatos emblemáticos, nomeadamente Os Grandes Portugueses, no qual foram distinguidas as personalidades que marcaram a história de Portugal.

Aquilo que sentiu na pele levou a que levantasse muitas questões em relação à administração da RTP. «Passa-se algo de muito grave na RTP, porque desperdiça os seus recursos humanos», adiantou à revista Lux em meados de outubro deste ano. O que é certo é que atrás de Maria Elisa outros tantos profissionais perderam o vínculo com a estação pública, não por vontade própria, mas pela força das circunstâncias. Sem o contrato renovado, Dália Madruga, Francisco Mendes, Isabel Figueira ou Marta Leite Castro, são alguns dos casos que vão ficar sem trabalho já no próximo ano.

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zmaria elisa

Em entrevista ao Alta Definição, a apresentadora mostrou-se uma mulher entristecida com a morte da sua mãe, vítima de cancro, mais cheia de vontade de se dar ao conhecer verdadeiramente aos portugueses. Depois de escrever um livro, Amar e Cuidar, para quando um regresso aos ecrãs nacionais?

A credibilidade e honestidade estão vincadas no rosto de Maria Elisa! A sua ausência em televisão faz-se, de facto, notar.

Diogo Santos

Licenciado em Ciências da Comunicação e mestre em Marketing e Publicidade. Tenho uma grave obsessão por audiências desde os meus 14 anos. Espanta-se quem me ouve dizer que praticamente não vejo televisão. No entanto, basta fazerem-me uma pergunta sobre esta categoria, e a resposta surge em segundos. Querem testar? ;)

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