Ana Bacalhau é um dos maiores nomes da atualidade do mundo da música, e encontra-se neste momento em digressão com o seu Nome Próprio, o primeiro disco da sua carreira a solo, e que tem sido muito bem recebido pelo público. A par de outros projetos que tem em mão, como dar voz à banda sonora da série 1986, que estreia esta semana na RTP1, o Quinto Canal teve o gosto de estar à conversa com a artista, para trazer até aos nossos leitores mais uma entrevista exclusiva, que pode ser lida agora na íntegra.
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Para quem não conhece o seu trabalho, quem é a Ana Bacalhau?
Ui, sei lá eu… Uma miúda que gosta de cantar, gosta de sentir e de exprimir o que sente. Procuro a verdade das coisas que faço e gosto do diálogo que se estabelece em palco com os músicos e o público. Adoro rir, mas preciso do choro para criar.
Lançou recentemente o seu primeiro disco a solo, Nome Próprio. Como tem sido a receção do público a este trabalho discográfico?
Felizmente, tem sido muito bonita. As pessoas têm abraçado este conjunto de canções e esta nova aventura de uma forma muito carinhosa e estou muito grata por isso.
Conta neste álbum com a ajuda de diversos artistas, conseguindo ir de músicas mais mexidas a músicas bem mais calmas. Qual é a faixa mais marcante para si?
É sempre difícil, acho que há uma faixa para cada dia, dependendo de como me sinta: se estou mais triste, mais melancólica, feliz, mordaz, etc… Talvez a música que me apresente melhor, porque faz um resumo muito certeiro da minha vida, seja a da Capicua: A Bacalhau.
Este novo álbum é de alguma forma uma possibilidade de mostrar o que não conseguiu através do grupo Deolinda?
Sim, é exactamente isso a que me propus e penso que o vou conseguindo, através não só do disco, mas também dos concertos.
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O importante é não perder a calma e tentar brincar com a situação.
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Recuando ao início da sua carreira, ser cantora sempre foi o seu maior sonho?
Até aos 15 anos, queria ser Professora de Português/Inglês. Quando descobri que tinha voz, desisti imediatamente dessa ideia e cantar era a única coisa que me fazia sentir plenamente realizada.
Tem receio que a sua carreira a solo seja comparada ao que conseguiu realizar através de outros projetos?
Estou a trabalhar para que não seja. Será um processo longo, mas penso que eventualmente se há-de perceber que as diferentes coisas que faço e fiz são isso mesmo: diferentes e, por isso, incomparáveis.
Qual o momento mais emocionante que já viveu em palco? E o mais caricato?
Sou uma miúda sortuda, já tive vários momentos emocionantes. Cantar com os Xutos, foi um deles. Fazer o palco secundário do Sudoeste, em 2008, e perceber que as pessoas sabiam as músicas todas de cor e cantavam connosco, foi outro. O primeiro concerto no estrangeiro, em Leuven, Bélgica. O meu primeiro concerto a solo, com este disco. Muitos e muito bons.
Momentos caricatos sempre os há. Desde quedas, a falhas de luz, a engraçadinhos a fazer engraçadices. O importante é não perder a calma e tentar brincar com a situação.
Tem algum artista de sonho como quem gostasse de partilhar o palco?
O Eddie Vedder, o Bob Dylan, a Maria João.
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Podia e deveria ser dado maior destaque à música na nossa televisão.
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Passando da música para a televisão, costuma acompanhar algum programa televisivo em especial?
Vejo as séries Mentes Criminosas, Lei e Ordem- Unidade Especial e Stranger Things.
Acredita que em televisão poderia haver um maior destaque dado ao mundo da música?
Tenho absoluta convicção de que podia e deveria ser dado maior destaque à música na nossa televisão, principalmente, à música tocada ao vivo.
Se pudesse, alterava algum detalhe no atual panorama televisivo?
Esse mesmo: acrescentaria programas de música ao vivo.
O que podem os fãs esperar da Ana Bacalhau em 2018?
Muitos concertos com o disco Nome Próprio e algumas participações especiais em projectos fixes, como a série do Nuno Markl, 1986, com a canção Pensamos no Futuro Amanhã.
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Texto: André Kanas
Imagens: Frederico Martins
Agradecimentos: Universal Music Portugal